Atualmente são 7.6 milhões de mortes em todo o mundo devido à hipertensão, sendo ela responsável por mais de 50% dos casos de AVC e 47% dos casos de infarto. Sua prevalência no Brasil e no mundo entre os adultos é de mais de 30%, sendo ainda maior entre os idosos, e, juntamente com diabetes, é a principal causa de doença renal crônica terminal no Brasil.
O que é hipertensão?
Mais conhecida como “pressão alta” está relacionada a pressão que o sangue aplica nas paredes das artérias. Os médicos usam dois valores para explicar como esta sua pressão: o valor mais alto é a pressão arterial sistólica (quando o coração se contrai) e o valor mais baixo é a pressão arterial diastólica (quando o coração relaxa).
A pressão arterial considerada ótima é 120 x 80, mas valores até 140 x 90 em adultos são considerados normais. Alguns protocolos mais recentes tem valores diferenciados da pressão ideal para pacientes idosos.
Conforme as paredes das artérias ficam menos elásticas o nível de pressão se eleva, aumentando assim o trabalho que o coração realiza para bombear o sangue. Quanto mais altos os níveis de pressão maior o risco para a saúde.
Quais são os fatores de risco?
- Idade acima de 65 anos
- Sobrepeso e obesidade
- Ingesta excessiva de sal
- Ingesta excessiva de álcool
- Sedentarismo
- Fatores genéticos
- Outros fatores de risco cardiovascular (doença arterial periférica, diabetes, doença renal crônica, colesterol elevado, tabagismo entre outros)
Quais são os sintomas?
A grande maioria dos pacientes hipertensos é ASSINTOMÁTICO, ou seja, não sente nada. Exceto em casos em que a pressão arterial esta extremamente elevada podem haver sintomas como cefaléia, dor no peito e falta de ar.
Mais de 90% dos pacientes tem o que chamamos de hipertensão essencial ou primária (sem causa específica). Apenas 3 a 5% dos hipertensos tem alguma doença que causa a hipertensão, especialmente pacientes jovens.
Quais são as consequências da pressão elevada?
São vários órgãos que sofrem danos pela hipertensão, citarei os principais e as consequências em cada um deles:
- Cérebro: AVC (acidente vascular cerebral), alteração da cognição
- Coração: Infarto, arritmias e insuficiência cardíaca
- Rins: Doença renal crônica
- Olhos: Doenças da retina
- Vasos: doença arterial periférica, aterosclerose (acúmulo de placas de gordura nas artérias) e doença coronariana (obstrução das artérias do coração)
Como é feito o diagnóstico?
O médico irá aferir sua pressão no consultório e algumas medidas devem ser tomadas para que esta medida seja correta: descanso de no mínimo 5 minutos, não ter ingerido alimentos, álcool ou fumado nos últimos 30 minutos, não ter praticado atividade física nos últimos 60 minutos e estar com a bexiga vazia. Exceto se sua pressão estiver muito elevada (> 180 x 110) o médico vai precisar de reavaliações para fechar o diagnóstico de hipertensão. Conforme a orientação do seu médico você poderá realizar as medidas da sua pressão arterial em domicílio, desde que sejam tomados os mesmos cuidados orientados anteriormente e que o aparelho seja aprovado pelas sociedades de hipertensão e pelo Inmetro.
Como é feito o tratamento?
TODOS os pacientes hipertensos se beneficiam das chamadas medidas não medicamentosas, ou seja, melhora dos níveis de pressão e redução do risco de doenças cardiovasculares pela mudança no estilo de vida. Tais medidas incluem:
- Controle de peso
- Melhorar a dieta (rica em frutas, hortaliças e fibras e pobre em gorduras e carboidratos)
- Reduzir o consumo de sal
- Evitar ingesta excessiva de álcool
- Atividade física regular (se possível 30 minutos 3 a 5 vezes por semana)
- Cessar tabagismo
- Controle do estresse psicossocial
A decisão sobre o tratamento com medicamentos depende da avaliação do seu médico, conforme seus níveis de pressão e comprometimento de órgãos pela hipertensão. É possível que ele tente primeiramente somente as mudanças acima citadas. Sobre a escolha das medicações anti-hipertensivas o seu médico irá avaliar qual a melhor escolha para o seu caso. São inúmeras classes de medicações e o médico vai levar em conta suas características pessoais além das condições clínicas associadas.
É importante lembrar que mesmo que a pressão esteja controlada você NÃO deve parar as medicações, a não ser que seja uma orientação do seu médico assistente. Mantendo a pressão em níveis adequados, mesmo que através de medicamentos, é possível prevenir suas complicações.
Texto_ Dra. Natasha Constancio