O que são glomerulonefrites?
Os rins são compostos por milhares de glomérulos, que são unidades de filtração formadas por capilares sanguíneos e células especializadas na remoção de toxinas do sangue. Normalmente essas unidades excretam toxinas na urina enquanto células vermelhas e proteínas são mantidas na corrente sanguínea. Quando ocorre lesão nos glomérulos há uma redução na habilidade de filtração, com perda de proteína e sangue na urina e algumas vezes redução na capacidade de eliminar toxinas do sangue.
As doenças glomerulares são no Brasil a 3ª causa de falência renal com necessidade de diálise, atrás de hipertensão arterial e diabetes, chamando atenção que o quadro se desenvolve frequentemente em pacientes mais jovens. Ela pode ocorrer de forma aguda (em dias a semanas) ou de forma crônica (em meses a anos).
Porque ela ocorre?
A doença pode ser primária, quando somente o rim é afetado associado a quadros imunológicos (quando sua imunidade produz anticorpos contra algumas células do rim), ou secundária a outras patologias como diabetes, hepatites, lúpus, HIV, doenças auto-imunes entre outras. Ela pode ocorrer de forma aguda (em dias a semanas) ou de forma crônica (em meses a anos).
Quais são os sintomas?
Muitos pacientes podem não ter sintomas e as alterações serem vistas somente nos exames – perda de sangue/proteína na urina ou alteração da função renal – ou apresentar alteração na coloração da urina, redução do volume de urina, urina excessivamente espumosa, hipertensão ou inchaço. Para investigar a causa, além dos exames de sangue e urina, o nefrologista pode precisar de exames de imagem dos rins (como ultrassom) e em alguns casos a biópsia renal, para determinar com precisão o tipo de doença no glomérulo e seu tratamento ideal.
HEMATÚRIA (sangue urina) PROTEINÚRIA (urina espumosa)
A biópsia é sempre necessária?
Não. Em alguns casos existe uma alteração discreta no exame de urina que não traz consequência a função renal e nem aumenta o risco de doença renal crônica. Pode haver também uma redução significativa do tamanho dos rins, o que impossibilita o procedimento. Conforme a avaliação do seu nefrologista ele vai fazer a orientação sobre a necessidade da biópsia renal.
Qual o tratamento?
O melhor tratamento será decidido pelo seu nefrologista com base no tipo de doença do glomérulo, gravidade das lesões e dos sintomas, tempo de instalação da doença, alteração de função renal, possibilidade de terapêutica para a doença de base (como controle de infecções, diabetes, hepatites ou lúpus) e risco de efeitos colaterais das medicações a serem utilizadas.
Em alguns casos haverá somente a necessidade de medicações para controle da pressão arterial e redução da perda de proteína na urina; em outros serão indicadas as medicações que reduzem a atividade imunológica, conhecidas como imunossupressores (pex: corticóides, azatioprina, ciclofosfamida, micofenolato entre outros) por períodos de tempo variáveis, via oral ou endovenosa, dependendo do protocolo utilizado; nos casos mais graves podem ser necessários procedimentos mais invasivos como plasmaferese e diálise nos que evoluem com perda de função renal.
As glomerulonefrites são um grupo de doenças com comportamentos completamente distintos, em alguns casos não necessitando de tratamento e em outros não respondendo mesmo a terapia mais agressivas. Seu nefrologista irá decidir a melhor forma de controle e rotina de acompanhamento.
Texto_ Dra. Natasha Silva Constancio